Você
já se imaginou morando em um contêiner? Sim, um contêiner
marítimo, desses que são utilizados em navios para transportar
carga por todo o mundo.
Pois saiba que a criatividade de engenheiros
e arquitetos em diversos países chegou ao ponto de transformar essas
enormes caixas de metal em moradia e agora essa tendência também
chegou ao Brasil.
O fato
é que a vida útil de um contêiner no mercado náutico é de apenas
8 anos e depois desse tempo ele é retirado de serviço e passa a ser
considerado somente ferro velho mesmo que na maioria das vezes ainda
esteja em perfeitas condições de conservação. Mas o mais
impressionante é que depois que ele é “aposentado” a sua
durabilidade é estimada em nada menos do que 90 anos, tornando-o uma
plataforma bastante interessante para a construção civil.
Mas se
você pensa que se trata de uma alternativa feia e desconfortável
para casas de baixa renda, é melhor reavaliar seus conceitos: essa
alternativa além de permitir a construção modular de residências
extremamente práticas e elegantes é também uma forma de mostrar
que você se preocupa com questões importantes como a preservação
do meio ambiente e a sustentabilidade. E, além disso, de quebra
reduzir de maneira drástica o tempo de construção, custo da obra e
a geração de entulho.
Embora
pareça ser uma ideia radical surgida nos andores do século 21 a
verdade é que já tinha gente pensando nisso há mais de quarenta
anos atrás. A primeira pessoa a defender o uso de um contêiner como
plataforma para a construção de residências foi o arquiteto
britânico Nicholas Lacey que propôs a ideia em sua tese
universitária em 1970. Quinze anos mais tarde o conceito voltaria a
surgir no filme de ficção-científica americano “Space Rage”
com gente morando em contêineres. Talvez tenha sido baseado nisso
que o americano Phillip Clark decidiu patentear a “invenção” em
1987.
De lá
para cá o conceito começou lentamente a tomar impulso sendo
inicialmente utilizado como alternativa para instalações rápidas,
de baixo custo e com finalidade temporária. Alguns exemplos são
instalações militares de escritórios de campanha, sedes de
empresas de construção e madeireiras, barracões de obra, estandes
em feiras industriais e comerciais, banheiros públicos, etc.
No
entanto não demorou muito para que arquitetos e engenheiros
visionários e com um pé no futuro percebessem nisso uma
oportunidade de inovar com muito estilo, aproveitando inclusive a
tendência da nova era totalmente voltada para a sustentabilidade,
onde o objetivo é fazer mais com menos e causar o mínimo possível
de impacto ambiental.
A
primeira grande vantagem do uso do contêiner está em sua
modularidade. Os modelos mais comums têm 12 metros de comprimento
oferecendo uma área útil habitável de 28 metros quadrados. Então
dependendo do tamanho da casa que se pretende construir é só pensar
em termos de contêineres como se fossem blocos de Lego. O outro
grande atrativo é o preço: encontra-se contêineres disponíveis no
mercado a partir de R$ 5 mil. Se considerarmos que ao adquirir um
contêiner você já terá as paredes, teto e chão de sua casa tudo
em um pacote só é uma verdadeira pechincha!
Além
disso você conta ainda com rapidez na obra, baixo impacto ambiental,
sustentabilidade, desperdício mínimo e... mobilidade! Sim,
mobilidade! Imagine que se algum dia você precisar se mudar para
outra cidade ou até estado e não quiser deixar sua amada casa para
trás, é só colocá-la em cima de uma carreta e levá-la junto com
você. Não é o máximo?
Na próxima sexta-feira teremos a segunda e última parte desse artigo. Não perca!