Menu

CONTAINER- VOCE MORARIA EM UM ?- Parte II

Mas antes que você se levante do sofá e saia por aí procurando um contêiner para comprar é preciso tomar alguns cuidados na hora de escolher a caixa que abrigará você e sua família pelos próximos anos. Em primeiro lugar lembre-se que contêineres marítimos são equipamentos que estiveram durante alguns anos expostos à maresia, seja nos convéses dos cargueiros ou nos páteos dos portos esperando para serem carregados ou descarregados. Então você precisa inspecionar cuidadosamente o contêiner desejado para verificar o nível de corrosão dele e avaliar se o mesmo ainda poderá ser utilizado com segurança. É preciso considerar inclusive se a recuperação do mesmo será compensadora (soldas, pequenos reparos, lixamento, zarcão e pintura).

 Outro fator importante é saber do revendedor se esse contêiner foi utilizado para transporte de produtos químicos, pois em caso afirmativo isso o tornará um candidato ruim devido a uma possível presença de contaminação. Em alguns casos é preferível pagar um pouco mais caro e adquirir um contêiner de procedência confiável. Também não se pode esquecer de negociar com o vendedor (ou com um fornecedor a parte) o transporte do contêiner, afinal são nada menos do que 3 toneladas de aço que deverão sair do páteo do vendedor e chegar até o seu terreno.
Mas não é só isso que você precisa considerar antes de se decidir por iniciar a construção de sua próxima casa a partir de um contêiner. Se por um lado você vai se livrar de toda a dor de cabeça de lidar com pedreiros, virtualmente eliminando a construção da sua “caixa” residencial, em compensação você terá que levar em conta outros fatores. Um deles é que o contêiner se trata de uma caixa de aço completamente hermética e a menos que você queira viver em um bunker sem janela alguma terá que contratar um serviço de serralheria para soldar a lateral onde tem a porta de carga, abrir os vãos das janelas e novas portas bem como instalar as esquadrias.

 Outra coisa importante é a questão da temperatura: lembre-se que o metal é um condutor natural de calor e frio e portanto o tratamento térmico é imprescindível para que você não congele no Inverno e nem seja literalmente assado no Verão... Finalmente existe ainda a necessidade do isolamento acústico. Você já esteve dentro de um galpão com telhado de zinco durante uma chuva? O som é tão alto que você quase não consegue conversar com outra pessoa!
Desanimou? Não desanime! Embora pareça muita coisa as vantagens compensam o trabalho. Uma residência com base em contêineres marítimos pode chegar a uma redução de até 35% do seu custo total se comparada com uma edificação convencional. Além disso os prazos para conclusão da obra são dramaticamente mais curtos: entre 1 e 4 meses dependendo do tamanho da casa. Fora isso o problema do entulho praticamente inexiste (menos desperdício e menos trabalho após a conclusão) e o impacto ambiental é mínimo. Para fechar com chave de ouro você ainda ganha de quebra o status de morar em um contêiner o que é algo muito legal. Quantas pessoas você conhece que moram em um?
você conhece que moram em um?
Observadas as diferenças entre uma construção baseada em contêiner e uma construção tradicional, algumas coisas são comuns aos dois tipos de projeto. Não pense por exemplo, que é só “jogar” o contêiner em um canto do seu terreno e começar as modificações. Tal qual uma casa de alvenaria, você terá que fazer a preparação do terreno (terraplanagem) e a fundação (radiê) para receber o contêiner sobre ela. Também terá que fazer toda a parte de instalação elétrica e hidráulica, acabamento interno das paredes (em drywall) e pisos. Uma observação importante é que tão logo a fundação esteja pronta, você precisará contratar um caminhão “Munk” para elevar o contêiner e colocá-lo na posição correta sobre o radiê.

 Se você gostou do conceito agora é só procurar o seu arquiteto de confiança e falar com ele sobre o que você pretende fazer. Mas esteja preparado, pois arquitetos mais conservadores poderão torcer o nariz para a sua ideia. Se esse for o caso procure um arquiteto mais arrojado e engajado com questões ambientais e que também compreenda a sua necessidade de reduzir custos e prazos!
Ah, e respondendo à pergunta lá do início do artigo: Sim, EU moraria tranquilamente em um contêiner!